sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Omar, sua história se repete.







No dia 12 de Janeiro de 2012, completaram-se dois (2) anos que um forte terremoto de magnitude 7 na escala Richter devastou o Haiti, exatamente as 19h53 de Brasília. O epicentro foi a poucos quilômetros da capital, Porto Príncipe.

Pelo menos 200 mil pessoas morreram 300 mil ficaram feridas e 4 mil pessoas foram amputadas. O País conta com cerca de 9,9 milhões de habitantes e desse total, 1 milhão estão desabrigados. O Haiti é o País mais pobre da America Latina e por esta razão sente uma grande dificuldade em conseguir resolver os problemas causados pelo terremoto. Isso fez com que muitos haitianos pedissem visto de entrada no Brasil.

No dia 14 de Janeiro de 2010 o G1 Noticiou essa nota sobre o terremoto:

Porto Príncipe, Capital do Haiti depois do Terremoto
 “A capital, Porto Príncipe, teve vários prédios destruídos. Cadáveres foram enterrados em valas comuns ou pelas próprias famílias. Comida, água e medicamentos escasseiam. Há o temor de que a situação de segurança fuja de controle, com a falta de água e comida estimulando saques. Também já há relato da ação de gangues armadas e de saqueadores. Haitianos desesperados brigam por comida ou tentam deixar o país.”

De todos os países da America do sul, o Brasil é o mais atraente por ser o mais rico. Lendo e ouvindo um pouco sobre os Haitianos, descobrimos que são pessoas boas, que tem um sonho, que é o de reconstruir suas vidas em um novo país, e assim, poder ajudar seus familiares que ficaram no Haiti. Ao contrario do que já li em alguns comentários de leitores de jornais online, os Haitianos se mostram esforçados, trabalhadores e com o animo de mudar de vida, coisa que não vemos em muitos Brasileiros. Comparando algumas situações entre Haitianos e alguns Brasileiros, lembro-me de Mario Quintana, “A felicidade bestializa, só o sofrimento humaniza”.

Haitianos esperando Abrigo na Paroquia do São Geraldo em Manaus
Não é fácil você lutar a vida inteira, tentando construir algo de bom e durante uma noite qualquer, perder tudo o que construiu com seu suor e esforço, perder até mesmo parentes, familiares e pessoas amadas. A dor da perda é grande, tão grande que eu não consigo descrever nessas linhas o que aqueles Haitianos sentiram nos dias que sucederam ao terremoto. Quando perdemos uma namoradinha ou namoradinho, sofremos, choramos e achamos que tudo está perdido. Esses homens e mulheres resolveram não chorar, porque quando se chora o leite derramado, se perde muito tempo e esse tempo perdido é valioso para conseguir recuperar tudo, o quanto antes.

Senti-me orgulhoso em ser Brasileiro quando vi a noticia de que o Brasil tinha aberto as portas para os Haitianos, o começo foi lindo, as pessoas estavam empolgadas, felizes, com o sentimento de solidariedade e agora a realidade é outra. Em Tabatinga há certa intolerância e eu até entendo os motivos dos Tabatinguenses, a cidade é pequena e perigosa (o assedio para entrar no Trafico é grande pela falta de emprego), não existe emprego nem para os Amazonenses nascidos em Tabatinga, o que dirá para os Haitianos. A melhor solução seria trazê-los para Manaus, aqui, eles têm mais condições de conseguirem emprego, até porque, alguns deles têm nível superior, são graduados e podem trabalhar de acordo com suas formações. O grande problema dos haitianos em Manaus é a falta de ajuda da parte do Governo e das Igrejas Evangélicas como a IEADAM (que é a maior do estado) e a Universal (Que é a mais rica). Até agora, só a Igreja Católica está se preocupando e cedendo espaço em suas paróquias, para os haitianos.


História parecida.

No dia 31 de Maio de 1970, um terremoto fez desabar um enorme pico de gelo na cordilheira dos Andes. Em poucos minutos, a cidade de Yungay estava debaixo de uma massa de neve e detritos que desceram a encosta a mais de 300 km/h. Para piorar a situação, as inundações subiram o prejuízo para US$ 530 milhões de dólares.

Esse terremoto devastou grande parte do Peru e fez com que algumas pessoas pedissem abrigo em solo Brasileiro. Em meio a essas pessoas, veio um jovem, filho do Palestino Mohamed e da Brasileira Delfina. Esse jovem teve abrigo, proteção e a oportunidade de estudar em nosso estado. Estudou no Colégio Amazonense Dom Pedro II (Vulgo “Estadual”), na Escola Técnica Federal do Amazonas (atual IFAM) e graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM.

Atualmente, este jovem é Governador do Estado do Amazonas, o maior estado Brasileiro, com mais de 90% de sua floresta preservada e é um estado visado mundialmente pelo seu potencial ecológico, tendo um total de 3,7 milhões de habitantes e sendo sua capital uma das mais ricas da Nação.

Apesar de ter uma historia parecida com a dos Haitianos, o Governador Omar Aziz, quando foi questionado sobre a situação dos haitianos em Manaus respondeu com as seguintes frases:

"eles são muito bem-vindos, mas não espere que o Governo vá arranjar emprego, dar casa e vá alimentá-los"

"O que não posso fazer é agir em detrimento da população do Amazonas. Não é questão de ser ruim ou bom, é questão de ser lógico. Vamos ajudar, mas não dá para jogar para a gente a responsabilidade"

 "Isso não vai acontecer aqui, nem em lugar algum. Pede para o Governo Federal levar tudo para Brasília, porque lá tem vários apartamentos"

Essas foram às respostas do Governador para a situação dos Haitianos em Manaus.

Omar tem sido um bom governante, até o presente momento, mas em se tratando de “ajuda humanitária” está sendo ingrato ao esquecer que esse mesmo Estado, o abrigou, e lhe foi útil em momentos de necessidade, tanto, que hoje ele é uma autoridade reconhecida e escolhida pelo povo, caso contrario teria morrido de fome ou virado estatísticas da ditadura.

Gostaria que o Governador entende-se que se o Governo Federal abriu as portas para os Haitianos entrarem, o Governo Estadual, deve ajudar e correr atrás de recursos para solucionar os problemas dessas pessoas.

Como querem que os haitianos se resolvam aqui em Manaus sem ajuda? São pessoas dignas e que só querem uma oportunidade de começar, assim como o senhor Governador teve. 


Hoje já são quase 5 mil haitianos vivendo no Amazonas, quase todos desempregados e sem local adequado para ficar. 


"Aposto que se fossem de pele branca, o Governo e a maioria das pessoas fariam questão de Ajudar". (Só um pensamento que não reflete a realidade)


Ósculos e Amplexos Fraternos 
Por Adriano Reis

12 comentários:

  1. Penso que o problema deve ser resolvido mas concordo com o governador, nos temos os nossos haitianos que nao damos contas e agora tem os hatianos de outros lugares pra gente cuidar? não abusa não pow... concordo com o governador...

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  2. Querido, você já gastou alguma coisa com algum Haitiano? Ninguém está cuidando deles. Isso é engodo, se você tivesse tendo algum prejuízo com a estadia deles aqui, poderia dizer algo, mas nem isso você faz.

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  3. Eis uma situação que está longe de ser resolvida.

    Não sou a favor de posicionamentos dicotômicos, de fato o governo federal, o governo estadual e mesmo a sociedade civil podem e devem ajudar.

    Mas sim, a "responsabilidade" primeiro é para com os cidadãos brasileiros. Os filhos da terra.

    A solução? Procurar um equilíbrio... penso... e ainda corremos o risco do êxodo territorial.

    Parabéns pelo posicionamento crítico Adriano, essa também é uma forma de fazer sua parte.

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  4. uma ajuda a alguem que esta em calamidade, eles só querem um a chance de trabalhar comprar com dinheiro do seu suor e estudar, é díficil fazer isso. ponha-se no seu lugar, que voce tendo tudo e ainda reclama que o estado deveria dar mais e eles haitianos que recebem quase nada e humilhação do governo, mesmo assim seguem enfrente mas não se dão por vencidos.

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  5. Bom, só agora vim saber o motivo da grande quantidade de haitianos em Manaus, contudo não vejo uma estrutura para recebê-los, nem político algum se mobilizando para tal. Vale lembrar que se essa gente toda não tiver uma assistência decente por parte das autoridades não tão competentes a situação pode se agravar tantos para os haitianos quanto para nós, pq se a coisa desandar podemos ver o princípio do caos, não que eu esteja negando ajuda, mas se não temos estrutura ou políticas públicas paras nós mesmos, quem o diga para receber um contigente de imigrantes esperançosos por uma vida melhor.

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  6. Esse é um assunto quer exige certa complexidade de raciocínio portanto não deve ser tratado de qualquer maneira...

    Devemos entender de fato as realidades do nosso país, em especial do nosso estado. É fato que existem muitos brasileiros natos desempregados e sem teto, é fato que existem muitas pessoas no interior de nosso estado que passam fome. Mas também é fato que medidas para reverter tais situações já estão sendo adotadas e nosso país hoje é reconhecido internacionalmente pelo combate a fome, pelo acesso da população a moradia popular e principalmente é um dos poucos países que não sofreram seriamente com o desemprego ocasionado pela crise capitalista.

    Na governo Lula, ficamos conhecidos mundialmente como "Brasil um país de todos", houveram muitos reacionários que criticavam tal lema, dizendo que o governo estava cedendo o país aos estrangeiros... Mas a intenção não era essa, nosso país, desde então passou a ser a nação de todos os povos e cores. Muitos refugiados políticos ganharam lar aqui e com isso puderam reconstruir suas vidas livremente, contribuindo para o crescimento de nossa economia e o bem estar de nossa população.

    Com os haitianos a situação é semelhante porém mais complexa, são um povo sofrido porém batalhador que apenas necessitam recomeçar, não querem muito apenas o suficiente.

    De fato o governo do estado não tem a obrigação de dar eles tudo o que querem. Mas constitucionalmente tem o dever de ajuda-los da melhor maneira possível, abrigando e fornecendo serviços públicos básicos.

    O governo pode até não ter a estrutura necessária, mas quem foi que disse que o governo é o único que tem o papel de ser solidário? Devemos lembrar que antes de sermos filhos da pátria somos HUMANOS e devemos todos nos ajudar sem discriminação, visando isso parabenizo a atitude da Igreja Católica, as protestantes já que têm muitos mais recurso, deveríam fazer o mesmo.

    O que não podemos é simplesmente fechar nossas portas e expulsar nos irmãos latinos. Ou nós brasileiros também não ficamos indignados quando somos barrados e tratados como lixo na Europa?

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  7. Pow Adriano, apagando comentários que são contra sua opinião?
    Não imaginava isso de você. Querendo impor sua opinião e apagando quem é contrário, aliás, respondendo com certa arrogância a um comentário (feito educadamente) que você não apagou.
    Caiu no meu conceito.

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  8. Amigo, não apago e não irei apagar qualquer comentário feito neste blog. Você é que não deve ter postado da maneira correta, se acha que seu comentário foi apagado, redija novamente e tente postar outra vez. Aff, só o que me faltava. Quem me conhece, sabe que adoro um bate boca, de sua opinião diverge sobre a minha, perfeito, encontrei alguém para debater. Agora não me venha com acusações infames e infantis, sou homem e não moleque. Abraços.

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  9. Realmente, admirável sua postura Adriano, falou o que muitas pessoas gostariam de falar, o governo atual tem estrutura sim para suportar toda essa demanda de pessoas, o que falta mesmo é força de vontade, mas cabe a gente também fazer a nossa parte, que é tomando posições críticas assim como a sua, que o nosso mundo e o convívio entre os seres irá melhorar, devemos romper essa barreira que é o preconceito e a descriminação que certas pessoas "ignorantes" possuem e alertar o governo dando mais ênfase sobre essa ocorrência!!!!

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  10. Concordo com tudo o que você disse! Manaus é a ''porta da esperança'' para esses Haitianos que contam apenas com a ajuda da Igreja Católica, uma cidade tão grande e cheia de empregos suporta muita gente, o que mais vejo é Amazonense reclamando que esses Haitianos ''roubam'' o trabalho da população local, o que na minha opinião é pura burrice, pois se a população Amazonense fosse qualificada nem Haitiano e nem nenhum estrangeiro ''roubaria'' emprego de um trabalhador local.

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  11. Adriano, Gostei muito da sua colocação.
    Ajudar sem olhar a quem. Ainda mais que, o que eles querem é uma oportunidade de emprego e não esmola. E como disse a Caroline Gambôa "pois se a população Amazonense fosse qualificada nem Haitiano e nem nenhum estrangeiro ''roubaria'' emprego de um trabalhador local."
    Para produzir bem de maneira eficiente é preciso se qualificar para tal.
    Em uma crise: ou vc chora ou vende lenço. O que vc esta fazendo?

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  12. Tudo o que o Adriano falou eu concordo. O Amazonas é enorme, tem emprego sobrando e muita gente desqualificada para ocupar as vagas. Seria tão mais fácil se as organizações estivessem mobilizadas a ajudarem os imigrantes. O exemplo vivo, o próprio Omar Aziz, não quer ajudar. Quando os japoneses, italianos, alemães, portugueses vieram pro Brasil foram recebidos, e hoje temos essa mistura única. Lembrando também que somos tão bem vistos lá fora pela receptividade positiva com todos. Vamos agora jogar essa boa reputação no lixo? Não é bem assim Brasil, não é bem assim. Não fazemos com o outro o que não gostamos que façam conosco.

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