domingo, 29 de janeiro de 2012

MAZELA, a imortal de R$ 0,25






Durante muito tempo eu pensei que para ser um imortal da AAL (Academia Amazonense de Letras), era preciso ser um exímio escritor, com obras de extrema relevância para a literatura, ser uma pessoa culta, cidadã do mundo, ter conduta ilibada e ser antes de tudo, humano. Fiquei triste ao descobrir que na verdade, nada daquilo era necessário, para ser um imortal da AAL, basta se submeter a um processo eleitoral e conseguir a maioria dos votos para ter direito a uma das cadeiras numeradas da Academia. 

Essa semana, uma imortal da AAL, que foi carinhosamente batizada de “Mazela Mourão” por um leitor, publicou na internet um texto racista e xenofóbico contra os Haitianos que estão (ou deveriam estar) recebendo ajuda humanitária do Governo Federal. No blog que a Jornalista Mazé Mourão mantém hospedado na versão online de um jornalzinho impresso que custa R$ 0,25 e tem como principal conteúdo mulher pelada e violência, foi publicado um texto denominado “O Haiti não é aqui” (Clique aqui para ler), cujo conteúdo irei postar abaixo e a cada parágrafo farei meus comentários a respeito do texto sem vergonha dessa Senhora.

O Haiti não é aqui.

Governo Federal autorizou? Pois ‘toma que os filhos são teus’, entende?

Definitivamente, não é no Amazonas. ‘Quem não pode com o pote não pega na rodilha’, já dizia dona Leonor, minha mãe. Se nós não conseguimos diminuir os nossos problemas, que ‘dirá’ de quem chega e toma de assalto esta Manaus de Mil Contrastes! Aliás, a cidade está um verdadeiro contraste de cores, rostos e roupas. Nefredite, minha confiada secretária do lar, fez questão de relembrar um tempo não tão antigo. “Eu cantei a bola ao dizer que, apesar de ainda  serem poucos já faziam uma ‘cobrinha’ bem unida e quando o ônibus parava na ‘parada’ do Zumbi 5, esses estrangeiros pulavam em conjunto, antes da gente, e sentavam, tomando todos os bancos. Não sobrava um lugar, credo! Essa turma afro não é igual ao Enen, não.  Não vaza nem de com borra!”

Creio que essa “Nefredite” seja apenas produto da imaginação dessa infeliz blogueira (nem de jornalista pode ser chamada). Digo isso pelos seguintes fatos: Ao relatar a revolta de sua suposta secretaria moradora do Zumbi 5 (eu nem sei se existe Zumbi 5) ela acabou esquecendo que moramos em Manaus e antes mesmo dos haitianos chegarem aqui, nós, os amazonenses, já tínhamos que disputar lugar na porta do ônibus, pois sempre que os coletivos param nas paradas é um desespero de amazonenses tentando embarcar para conseguir assento. Ande por toda a cidade, principalmente nos terminais de ônibus e você irá se deparar com essa situação. Isso não é falta de educação dos haitianos ou abuso deles, muito pelo contrario, isso é a pouca vergonha do transporte publico que nos é imposta pela Prefeitura de Manaus e sua gestão falida. Se um Haitiano paga o mesmo valor que um Amazonense para utilizar o serviço, é justo que ele queira usufruir de um beneficio, que é o assento. Se sua amiga imaginaria está descontente, aumente o salário dela, peça que se mude para algum condomínio no Tarumã e compre um carrinho estilo Porsche para se locomover, assim ela vai evitar andar em pé em ônibus lotado. Ps.: O correto é ENEM.

Aliás, Nefre também já tinha avisado que eles estão ‘tomando de conta’ até dos empregos nas fábricas do Distrito Industrial dos portadores de necessidades especiais, porque (ela explica!) ‘como não sabem falar a nossa língua, trabalham caladinhos e até passam da hora sem cobrar nada!”

Como empregador, jamais irei contratar um funcionário preguiçoso, sem qualificação e folgado. Os Haitianos são trabalhadores, a maioria tem nível superior ou curso técnico em alguma área e se estão no Distrito Industrial não foi por que o Governo através do SINE arrumou emprego, foi por que eles tiveram seus currículos selecionados em meio a vários currículos de Amazonenses, Paraenses, Maranhenses ou qualquer outro que tenha disputado o processo de seleção com eles. Hoje mesmo na Paróquia de São Geraldo, conversei com um Haitiano formado em Jornalismo e tenho CERTEZA que esse seu texto racista se deve ao medo de perder seu emprego para um Haitiano. Acredite, eu ficaria feliz se isso acontecesse, até voltaria a comprar o Diário do Amazonas.

Tirando os exageros de Nefredite, gente, os haitianos além de se espalharem pelos quatro cantos da cidade ainda são abusados. Impediram uma fotógrafa do DIÁRIO DO AMAZONAS de fotografá-los e um outro pediu dinheiro, caso contrário não dava entrevista. Eu posso, dona Zuzu? Concordo com Omar Aziz: tem mais é que se preocupar com os manauaras, ora, ora, ora.

Tirando seu racismo, ouso dizer que ABUSADOS, são os repórteres do DIARIO DO AMAZONAS, eles tem o pensamento de que podem fazer o que bem entenderem pelo simples fato de os Haitianos estarem pedindo abrigo no País. Se eu estiver me sentindo constrangido por qualquer veiculo de comunicação, darei uma de “abusado” e cobrarei de qualquer repórter para tirar uma foto minha, com toda certeza. Ninguém é obrigado a dar entrevista para jornal algum. Que dirá aos jornaizinhos de R$ 0,25 ora, ora, ora. 

Quando vejo os nossos problemas sociais: crianças amazonenses nos sinais esmolando, monte de pedintes pelos cantos das ruas, mar de camelôs que se forma no centro de Manaus, delegacias lotadas, hospitais sem dar conta de tanto doente, sorry, sorry e sorry, o Haiti definitivamente não é aqui. A pergunta que não quer calar: ‘por que os haitianos não ficam em Tabatinga ou vão povoar outros municípios amazonenses?’. Tenho mais uma que também não cala: ‘Quem ensinou esse caminho de paca, batidinho, batidinho de Manaus para eles, hein?’ Respostas para este blog. Até.

Quantas vezes você como cidadã Amazonense foi até seu computador e redigiu um texto falando sobre os problemas sociais do nosso estado? Já baixou o vidro de seu carro e ofereceu comida para algumas dessas crianças pedintes? Qual seu problema com os Camelôs? Eles estão ali fazendo o trabalho deles, ao contrario de você que está sendo racista quando deveria ser humanista como pessoa e imparcial como "profissional". As delegacias estão lotadas de Brasileiros criminosos. Em dois (2) anos de abrigo político, nenhum Haitiano foi preso, pois são pessoas com bom caráter.

Ao ver seu comentário sobre Tabatinga, percebo que seu medo é esse mesmo, de perder seu emprego para um Haitiano, pois todos sabem que o melhor lugar nesse Estado para essas pessoas ficarem, é Manaus. Tabatinga sim tem razões para reclamar, é um município escasso de trabalho, se os haitianos ficarem lá, como os Amazonenses que moram em Tabatinga irão sobreviver sem trabalho? Em Manaus, eles têm condições de disputarem vagas de emprego com os Amazonenses.

Graças a Deus emprego é o que não falta nesse Estado. Fica desempregado quem quer ou quem tem preguiça. Pensando aqui, não sei por que estou tão surpreso com seu artigo racista, afinal de contas, você tem preconceito com sua própria origem. É uma índia, de cor parda, tentando ser loira e a unica dificuldade que enfrenta na vida é a luta para tentar ficar  "apresentável", fisicamente falando. Isso sim, é uma coisa escrota.


PS: Mazé Mourão fala mal o Português enquanto os Haitianos falam Francês, Crioulo, Espanhol, Inglês e agora o Português. (lembrete do meu amigo Jossimar Ferreira)


Números - (Fonte: Jornal Acritica)


Atualmente, em Manaus, existem 3,6 mil haitianos, sendo 400 mulheres (dentre elas 12 grávidas), 25 crianças desse total 18 recém-nascidas e 3.175 homens, dentre eles dois mil estão trabalhando.


Em Tabatinga, estima-se que exista um pouco mais de mil haitianos no local.



Ósculos e Amplexos
Por  Adriano Reis



11 comentários:

  1. a mazé fala e escreve cada besteira! Sabemos que "O Haiti não é aqui", então vamos mandar sair: paraenses, nordestinos, gaúchos fora estrangeiros naturalizados ou será pq eles não geram renda por não serem turistas? ela foi infeliz ou é!

    ResponderExcluir
  2. A Mazé queria puxar o saco do governador e se queimou feio pois um dia depois dela postar aquele artigo racista no blog do d24am, o Governador decidiu ajudar os haitianos com abrigo e colchões. Que mulherzinha escrota.

    ResponderExcluir
  3. o jornal tinha que defender o governador, com medo da perda da concessão, e escolheram uma figura qualquer pra falar asneiras. Vai ver ela já dava preju pra eles mesmo. Qualquer haitiano fala mais idiomas que ela que mal entende o português, e qualquer haitiano conhece a história de seu povo. Ela bem que deveria saber de onde surgiram os Amazonenses.

    ResponderExcluir
  4. Nossa, fiquei pasma com essa, que mulher hein?! com certeza o Haiti não é aqui, até mesmo pela localização geográfica, mas nada a ver ela falar isso no sentido que ela falou, quero ver se ela fosse pra outro país e falassem isso na cara dela! ela ia se calar rapidinho e iria parar de falar coisas sem nexo!!!!

    ResponderExcluir
  5. Fico revoltada com esse texto! Juro que fico repensando na frase '' ORGULHO DE SER AMAZONENSE''

    ResponderExcluir
  6. Caramba ela é formada em jornalismo, ou comprou o direito de exercer?
    Aff!!
    O racismo é algo que vem de pessoas com Medo. Medo de que as outras pessoas saibam que elas são inferiores a tal.

    ResponderExcluir
  7. Minha opinião a respeito dos Haitianos em manaus: Muito me estranha algumas vozes da imprensa(Mazé Mourão) destilando discriminação, preconceito - falta pouco para ela cometer um ato racista(dá cadeia, inafiançável e não prescreve, viu?). Ontem vi uma matéria do jornal Amazonas induzindo o entrevistado a se posicionar contrário a vinda e permanência dos Haitianos, sob a legação de que roubarão nossos empregos. Esse tipo de coisa me força a falar, a me indignar e não vai ser diferente agora. Nessa terra,o nosso povo, sempre foi e continua sendo hospitaleiro, gentil, solidário, amigo, parceiro... sempre foi assim, temos essa cultura embutida em nossas almas caboclas. Agora, uma elitizinha baré(bando de "cabocão") vem com essa que aqui os haitianos não são bem vindos, não são bem vindos por que cara pálida? Quer dizer que se fossem anglos-saxões, mais brancos que uma vela, não teriam problema, assim sendo, poderiam ficar, sintam-se em casa blábláblá Será que há o medo dessa #elitiznha baré# que nossa cidade venha "escurecer", miscigenar, misturar... ora bolas nós somos miscigenação "pura", alguém tem q falar isso para "francesa" da Mazé Mourão e pra quem não quer ouvir falar disso. Nessa terra "Cabocla de alma indígena" já recebeu japoneses, arábes, judeus,paraenses, nordestinos, brasileiros de todos os lugares, que aqui prosperaram e ajudaram a desenvolver esse estado- Nosso grande Amazonas. Medo de perder emprego!!!??? Que babaquice, até pouco tempo via-se uma matéria enorme no jornal acritica: Falta mão de obra na construção civil. Mão-de-obra qualificada?? Mas do que obrigação do município, Estado e da União, garantir isso pra qualquer pessoa que vive em solo brasileiro. Acredito na força solidária e amiga dos amazonenses, vamos todos, juntos com os "IRMÃOS HAITIANOS" fazer desse estado ainda mais próspero, mais feliz de se viver e que deixemos aflorar "O Sonho Brasileiro".

    ResponderExcluir
  8. Mazé, a casa caiu pra vc...

    ResponderExcluir
  9. Fiquei muito feliz em ver sua resposta, hoje mesmo fui a uma loja e la se encontrava um haitiano trabalhando, juro, que nunca vi um carregador com um sorriso tao gratificante no rosto, o sorriso de esta trabalhando com dignidade, gracas a deus todos estao vindo para trabalhar com dignidade, e eles nao estao tomando o lugar de ninguem, eles estao ocupando o que e de merecimento deles, Como Amazonense fico imensamente feliz em ter pessoas tao bondosas, esforcadas, com vontade de trabalhar, e muito respeito com todos. Espero sim, que eles consigam alcancar todas as gracas, que consigam colocar comida em suas casas, que eles consigam uma vida bem melhor, um povo batalhador, que por mais de sua pobresa, tem educacao, falam varios idiomas(coisa que nos como futura sede da copa, mal temos o ingles) Espero, que assim como Eu, todos os Amazonenses tratem bem esse povo de raca, pois eles estao aqui trabalhando, procurando o melhor. Mais se a nossa querida Maze esta se sentindo tao incomodada, minha querida a porta da rua e serventia da casa.Sinta se a vontade para se retirar de uma terra de cores, de racas, de ribeirinhos, aqui somos assim, povo humilde, pe no chao.

    ResponderExcluir
  10. Campanha Mazé fora da A.A.L
    http://blogdojuarezsilva.wordpress.com/2012/01/29/maze-fora-da-a-a-l/

    ResponderExcluir