No dia 12 de Janeiro de 2012, completaram-se dois (2) anos que um forte terremoto de magnitude 7 na escala Richter devastou o Haiti, exatamente as 19h53 de Brasília. O epicentro foi a poucos quilômetros da capital, Porto Príncipe.
Pelo menos 200 mil pessoas morreram 300 mil ficaram feridas e 4 mil pessoas foram amputadas. O País conta com cerca de 9,9 milhões de habitantes e desse total, 1 milhão estão desabrigados. O Haiti é o País mais pobre da America Latina e por esta razão sente uma grande dificuldade em conseguir resolver os problemas causados pelo terremoto. Isso fez com que muitos haitianos pedissem visto de entrada no Brasil.
No dia 14 de Janeiro de 2010 o G1 Noticiou essa nota sobre o terremoto:
|
Porto Príncipe, Capital do Haiti depois do Terremoto |
“A capital, Porto Príncipe, teve vários prédios destruídos. Cadáveres foram enterrados em valas comuns ou pelas próprias famílias. Comida, água e medicamentos escasseiam. Há o temor de que a situação de segurança fuja de controle, com a falta de água e comida estimulando saques. Também já há relato da ação de gangues armadas e de saqueadores. Haitianos desesperados brigam por comida ou tentam deixar o país.”
De todos os países da America do sul, o Brasil é o mais atraente por ser o mais rico. Lendo e ouvindo um pouco sobre os Haitianos, descobrimos que são pessoas boas, que tem um sonho, que é o de reconstruir suas vidas em um novo país, e assim, poder ajudar seus familiares que ficaram no Haiti. Ao contrario do que já li em alguns comentários de leitores de jornais online, os Haitianos se mostram esforçados, trabalhadores e com o animo de mudar de vida, coisa que não vemos em muitos Brasileiros. Comparando algumas situações entre Haitianos e alguns Brasileiros, lembro-me de Mario Quintana, “A felicidade bestializa, só o sofrimento humaniza”.
|
Haitianos esperando Abrigo na Paroquia do São Geraldo em Manaus |
Não é fácil você lutar a vida inteira, tentando construir algo de bom e durante uma noite qualquer, perder tudo o que construiu com seu suor e esforço, perder até mesmo parentes, familiares e pessoas amadas. A dor da perda é grande, tão grande que eu não consigo descrever nessas linhas o que aqueles Haitianos sentiram nos dias que sucederam ao terremoto. Quando perdemos uma namoradinha ou namoradinho, sofremos, choramos e achamos que tudo está perdido. Esses homens e mulheres resolveram não chorar, porque quando se chora o leite derramado, se perde muito tempo e esse tempo perdido é valioso para conseguir recuperar tudo, o quanto antes.
Senti-me orgulhoso em ser Brasileiro quando vi a noticia de que o Brasil tinha aberto as portas para os Haitianos, o começo foi lindo, as pessoas estavam empolgadas, felizes, com o sentimento de solidariedade e agora a realidade é outra. Em Tabatinga há certa intolerância e eu até entendo os motivos dos Tabatinguenses, a cidade é pequena e perigosa (o assedio para entrar no Trafico é grande pela falta de emprego), não existe emprego nem para os Amazonenses nascidos em Tabatinga, o que dirá para os Haitianos. A melhor solução seria trazê-los para Manaus, aqui, eles têm mais condições de conseguirem emprego, até porque, alguns deles têm nível superior, são graduados e podem trabalhar de acordo com suas formações. O grande problema dos haitianos em Manaus é a falta de ajuda da parte do Governo e das Igrejas Evangélicas como a IEADAM (que é a maior do estado) e a Universal (Que é a mais rica). Até agora, só a Igreja Católica está se preocupando e cedendo espaço em suas paróquias, para os haitianos.
História parecida.
No dia 31 de Maio de 1970, um terremoto fez desabar um enorme pico de gelo na cordilheira dos Andes. Em poucos minutos, a cidade de Yungay estava debaixo de uma massa de neve e detritos que desceram a encosta a mais de 300 km/h. Para piorar a situação, as inundações subiram o prejuízo para US$ 530 milhões de dólares.
Esse terremoto devastou grande parte do Peru e fez com que algumas pessoas pedissem abrigo em solo Brasileiro. Em meio a essas pessoas, veio um jovem, filho do Palestino Mohamed e da Brasileira Delfina. Esse jovem teve abrigo, proteção e a oportunidade de estudar em nosso estado. Estudou no Colégio Amazonense Dom Pedro II (Vulgo “Estadual”), na Escola Técnica Federal do Amazonas (atual IFAM) e graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM.
Atualmente, este jovem é Governador do Estado do Amazonas, o maior estado Brasileiro, com mais de 90% de sua floresta preservada e é um estado visado mundialmente pelo seu potencial ecológico, tendo um total de 3,7 milhões de habitantes e sendo sua capital uma das mais ricas da Nação.
Apesar de ter uma historia parecida com a dos Haitianos, o Governador Omar Aziz, quando foi questionado sobre a situação dos haitianos em Manaus respondeu com as seguintes frases:
"eles são muito bem-vindos, mas não espere que o Governo vá arranjar emprego, dar casa e vá alimentá-los"
"O que não posso fazer é agir em detrimento da população do Amazonas. Não é questão de ser ruim ou bom, é questão de ser lógico. Vamos ajudar, mas não dá para jogar para a gente a responsabilidade"
"Isso não vai acontecer aqui, nem em lugar algum. Pede para o Governo Federal levar tudo para Brasília, porque lá tem vários apartamentos"
Essas foram às respostas do Governador para a situação dos Haitianos em Manaus.
Omar tem sido um bom governante, até o presente momento, mas em se tratando de “ajuda humanitária” está sendo ingrato ao esquecer que esse mesmo Estado, o abrigou, e lhe foi útil em momentos de necessidade, tanto, que hoje ele é uma autoridade reconhecida e escolhida pelo povo, caso contrario teria morrido de fome ou virado estatísticas da ditadura.
Gostaria que o Governador entende-se que se o Governo Federal abriu as portas para os Haitianos entrarem, o Governo Estadual, deve ajudar e correr atrás de recursos para solucionar os problemas dessas pessoas.
Como querem que os haitianos se resolvam aqui em Manaus sem ajuda? São pessoas dignas e que só querem uma oportunidade de começar, assim como o senhor Governador teve.
Hoje já são quase 5 mil haitianos vivendo no Amazonas, quase todos desempregados e sem local adequado para ficar.
"Aposto que se fossem de pele branca, o Governo e a maioria das pessoas fariam questão de Ajudar". (Só um pensamento que não reflete a realidade)
Ósculos e Amplexos Fraternos
Por Adriano Reis